Ir para o conteúdo principal

Enquanto a pandemia provocada pela covid-19 causa tumulto na economia global, muitas organizações estão a esforçar-se na adaptação à nova normalidade. O foco da maior parte destas organizações passa por acrescentar valor aos seus clientes e investir em projetos com um impacto mensurável no seu negócio.

Assim, as iniciativas de transformação digital para o pós-pandemia começam a surgir com as organizações a decidirem que projetos devem começar, suspender ou dar continuidade depois do contexto atual se aligeirar.

A velocidade de adaptação das organizações a um novo contexto para fazer frente à pandemia, quer a nível tecnológico, quer a nível de negócio, trouxe o impulso que muitas organizações necessitavam para acelerar a transformação digital.

Como é que as organizações estão a preparar os tempos futuros? A maior parte está a ajustar os seus procedimentos, seja dando prioridade ao canal digital ou otimizando os seus processos internos.

1. Apostar no teletrabalho
A pandemia provocada pela covid-19 trouxe a necessidade de criar uma força de trabalho mais flexível e fora das instalações da organização. No pós-pandemia, muitos trabalhadores vão continuar a adotar o teletrabalho (nem que seja de forma pontual), por isso as organizações irão investir na melhoria das condições do trabalho à distância, por exemplo, através da migração dos seus sistemas legacy para soluções cloud.

As organizações vão também focar-se em proteger os seus dados, já que o seu acesso deixou de estar confinado às instalações da organização. Projetos de encriptação de dados e de melhoria da infraestrutura tecnológica e segurança de informação serão, por isso, uma prioridade.

É de referir que algumas empresas já estavam a apostar em iniciativas de transformação digital, o que se tornou uma vantagem para fazer face aos desafios da pandemia atual. Os planos de continuidade de negócio são uma boa ferramenta para saber como agir quando surgem acontecimentos inesperados, por exemplo, conseguir mover a força de trabalho da organização para teletrabalho num curto período de tempo e com o mínimo impacto para o negócio.

2. Difundir a utilização dos canais digitais e torná-los preferenciais
Assim como os trabalhadores estão a adaptar-se ao teletrabalho, também os consumidores estão a familiarizar-se com a tecnologia e a adaptar-se a solicitar serviços através dos canais digitais.

As políticas de confinamento e distanciamento usadas para travar a propagação da covid-19 estão a estimular a adoção de projetos de transformação digital para o pós-pandemia, nomeadamente soluções, ferramentas e serviços digitais para acelerar a transição para uma economia digital.

Logo no início da pandemia, os governos começaram a utilizar os seus portais digitais, aplicações móveis e redes sociais para comunicar a informação relativa ao vírus. Uma análise aos portais nacionais dos 193 Estados-membros das Nações Unidas mostrou que, até 25 de março de 2020, 57% (110 países) usavam as plataformas digitais para divulgar informação e orientações sobre a covid-19 e a 8 de abril de 2020 esse número aumentou para 86% (167 países).

A crise da covid-19 trouxe também a procura por novos serviços por parte dos cidadãos. Em alguns Estados-membros das Nações Unidas, registou-se um aumento da utilização de serviços digitais, nomeadamente a identificação e a assinatura digital. Alguns projetos de transformação digital para o pós-pandemia irão, certamente, passar pelo atendimento à distância que incluíra, por exemplo, a recolha de dados biométricos para a elaboração do cartão de identificação do cidadão.

A par da administração pública, também a banca irá apostar em soluções digitais de pagamento através de meios que não necessitem de contacto e no atendimento virtual, pelo valor acrescentado que traz ao cliente.

3. Tirar partido dos benefícios das metodologias ágeis
Uma das mais-valias das metodologias ágeis é acelerar a inovação das organizações. Porque é que a inovação é importante no contexto desta pandemia? Porque sem inovação, a organização não se consegue adaptar a novos contextos socioeconómicos.

As metodologias ágeis devem ser alargadas a todas as áreas da organização, envolvendo as equipas nas alterações aos procedimentos e proporcionando tempo para a adaptação e aprendizagem dos novos métodos de trabalho. Só assim, a inovação poderá acontecer.

Além de proporcionarem inovação, os métodos de trabalho ágeis são úteis para o sucesso do negócio, uma vez que ajudam a elevar a qualidade do serviço e a diminuir custos e riscos.

Assim, a aposta da equipa de gestão da organização não pode concentrar-se apenas na inovação ou nos processos internos. O truque é conseguir manter um equilíbrio e assumir que, por vezes, as iniciativas de transformação digital podem ter um efeito mais circunscrito e nem sempre é preciso “pensar em grande”. O objetivo é conseguir ganhos para o negócio, mesmo que pequenos.

Para terminar…
A pandemia atual é, provavelmente, uma das situações mais complexas que grande parte das organizações já experienciou. No entanto, não será a única! Ao analisar as últimas décadas verificamos que já foram vividas crises e acontecimentos extremos, como ataques terroristas ou catástrofes climáticas — incêndios, furacões —, ao mesmo tempo que as guerras comerciais e o cibercrime aumentam. Assim, o futuro faz-se também de crises e acontecimentos extremos.

Serão as organizações melhor preparadas que poderão dar resposta aos desafios inesperados do futuro e que terão capacidade de os encarar como uma oportunidade. Daí a importância de apostar em iniciativas de transformação digital para sobreviver nestes (e nos futuros) tempos de incerteza.

Artigo publicado pela Opensoft: Link para artigo

Deixe uma resposta