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Lan house, cyber café, e-mails, Orkut, MSN, MORPG’s, Skype, Facebook… Nunca antes o brasileiro foi tão familiarizado a tantas palavras estrangeiras. O que possibilita isso é a informática e a Internet na era da globalização. As estatísticas mostram que, apesar de estar entre os países com maior índice de desigualdade social e de ter IDH’s (Índice de desenvolvimento humano) baixíssimos em seu território, o Brasil está entre os primeiros no ranking mundial de acesso e uso da Internet.

Se já não mais se pode ignorar que ela está aí e é bastante utilizada, cabe ainda nos perguntar o quanto, como e por quais brasileiros é feito esse uso. Bem como, como é a relação dos jovens, que representam a fatia maior de usuários e os quais são não apenas o futuro como também o presente de um povo, com essa “nova” forma de comunicação.

A Internet oferece uma gama de possibilidades que vai do lazer e pesquisa escolar à interligação das redes terroristas. Portanto, o usuário faz a todo instante escolhas a respeito de quais conteúdos são acessados e quais não são. Num país em que mais da metade da população já teve pelo menos alguma vez o acesso à Internet via computador, e que a maior parte dos que se conectam com freqüência gasta diariamente 1h a 5h, a relevância dessas escolhas e dos critérios que as definem não pode ser ignorada.

É isso que não vai permitir responder a questões como: a Internet é boa ou ruim em si mesma? Ou ainda: ela é neutra? O quanto? Que conseqüências ela traz para os jovens?

Escrever cartas não é uma atividade fora de moda ou menos prazerosa com o advento da Internet. Contudo, é inegável o benefício da praticidade e da velocidade com que podemos trocar e-mails. O telefone não precisa ser substituído, mas também é muito bom que se consiga matar saudades não apenas pela voz, como vendo também o ente querido, coisa que conexão à Internet e uma webcam resolvem para nós. Quando o assunto é lazer, basta constatar a proliferação das LAN Houses, cyber cafe’s, blogs, flogs, sites de relacionamento entre outras coisas para perceber que também aí a rede mundial de computadores tem sua parcela gorda de contribuição.

Estatísticas revelam que, entre os brasileiros de 16 a 24 anos, são “os assuntos particulares e pessoais” que lideram o ranking dos propósitos do uso, e que a troca de e-mails é seguida pela troca de mensagens instantâneas, participação em sites de relacionamento, listas de discussões e fóruns, criação e atualização de blogs e afins e, por último, ligações telefônicas e vídeo conferências via Internet.

Como já foi acenado, praticamente de tudo é possível encontrar no mundo virtual. Por isso, também há a polêmica pirataria (e de toda espécie), prostituição, tráfico de drogas, violência, conferências de grupos neonazistas, terroristas e afins. Basta lembrar, por exemplo, comunidades do Orkut cuja atividade principal é rivalizar com outro grupos ou “tribos urbanas” e acertar encontros em Shopping’s para deliberadamente promoverem a violência mútua. No meio de tudo isso está quem? Isso mesmo, o jovem! Geralmente da classe média, mas não só.

Diante dessa realidade ambivalente seria no mínimo imprudente sentenciar que a Internet seja boa ou demoníaca, para o jovem ou para quem quer que seja. Deve-se, portanto, ter em mente que, como a fissão nuclear, importantíssima para o entendimento maior sobre a estrutura básica da matéria e a produção de energia, mas que foi utilizada posteriormente para Hiroshima e Nagasaki, a Internet não veio do céu ou do inferno, mas da inteligência do ser humano. É, pois, no coração e na consciência do ser humano que residirá a solução do impasse.

Compilado de Saulo Maurício Silva Lobo

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