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Desde setembro, o centro financeiro de Manhattan foi ocupado por 1.500 pessoas que deram início a protestos. Em seguida, de forma quase automática a manifestação se espalhou por várias cidades como Los Angeles, Seattle, Austin, Chicago, Washington e Boston, onde foram registrados confrontos com a polícia.

Ainda hoje estamos vendo que o movimento está ganhando cada vez mais força, milhares de pessoas continuam acampadas em tendas, organizam comícios e passeatas e recebem a cobertura constante da mídia, e auxílio mesmo pelas Redes Sociais. Uma pizzaria ofereceu seu número de telefone pelo Twitter e tem recebido ligações até da Europa para entregar pizza no movimento de Wall Street como forma de incentivo. No Brasil temos visto manifestações muito parecidas, nas passeatas contra a corrupção e favor da “ficha limpa”. No inicio do ano, várias manifestações em curso no Oriente Médio.

Todas, ao que parecem estão sendo fomentadas e divulgadas utilizando as Redes Sociais. Sendo verdade ou não, está claro que as novas tecnologias de comunicação vêem desenvolvendo um papel de mostrar as manifestações para o mundo e conseguir novas adesões. Torpedos (mensagens SMS), Facebook ou o Twitter jamais poderiam sozinhos serem os responsáveis pelo engajamento de milhares de pessoas a determinada causa. No entanto, eventos recentes, dos quais talvez o Egito seja o caso mais evidente, indicam que não é mais possível relegar o uso dessas tecnologias a uma posição coadjuvante quando se trata de causas coletivas. A relação que sempre aparece nesse debate é entre o uso dessas novas tecnologias e suas ferramentas, espaços de articulação e os jovens. Os que foram socializados nesses novos meios ainda crianças e adolescentes, uma geração que nasceu na era dos celulares e da Internet têm maior facilidade para conhecer e criar novas possibilidades para seus usos.

É possível vislumbrar que as novas tecnologias da informação e da comunicação fazem parte do cotidiano dos jovens, em cada vez maior escala, seja no centro ou na periferia. Em todos os cantos do planeta, esta sendo natural que estejam em seu repertório de sociabilidades e também de lutas e mobilizações. Como as formas de sociabilização estão sendo alternadas a partir da experiência das mudanças tecnológicas, as culturas locais e as formas mais ou menos tradicionais de se fazer política continuam aí, sendo constantemente adaptadas para essas novas realidades.

A sociabilidade de determinado segmento juvenil é sempre fruto de diferentes combinações de espaços de socialização. Se for verdade que esta é a geração da “tecnossociabilidade”, fazendo do ambiente virtual o grande agente da sociabilização não podemos deixar que este seja o único meio de relação social, sendo importante ressaltar e reforçar o convívio em família, em nossos bairros, escolas e igrejas. Pais precisam conhecer e compartilhar com seus filhos estas novas formas de relacionamento, para que as Redes Sociais seja somente mais um instrumento de relacionamento, mas não o principal.

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