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vertiaA Internet no mundo inteiro está mais lenta até esta quarta-feira (27) por conta do que especialistas estão considerando “o maior ciberataque mundial da história”. Um grupo antispamming e uma empresa de hospedagem entraram em uma verdadeira ciberguerra que afeta toda a rede e serviços populares, como o Netflix. As informações são da BBC do Reino Unido.

Segundo o site, a maior preocupação de especialistas, no entanto, é com sistemas bancários e de e-mails – que também podem ser afetados por essa guerra virtual.

O início de tudo foi um bloqueio feito pelo Spamhaus – grupo antispamming com sede em Londres e Genebra. Ele atua como um bloqueador que ajuda provedores de e-mail a barrar mensagens indesejadas (spams). Mas, para realizar seu trabalho, o Spamhaus mantém uma “lista de bloqueio” com servidores utilizados para fins maliciosos.

Nessa lista consta a Cyberbunker, empresa de hospedagem holandesa que afirma hospedar qualquer tipo de conteúdo, contanto que não relacionado à pornografia infantil ou terrorismo.  Não contente em entrar para essa lista, a Cyberbunker atacou os servidores do grupo antispamming com um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS). Esse tipo de golpe consiste no envio de uma enorme – e contínua – quantidade de tráfego para o alvo, a fim de derrubá-lo.

No caso, os servidores do Sistema de Nome de Domínio (DNS) do Spamhaus foram o alvo. Essa infraestrutura é responsável por traduzir endereços numéricos no protocolo da internet (Internet Protocol, ou IP) de domínios como o da própria BBC (bbc.co.uk).

Sven Olaf Kamphuis, porta-voz da empresa de hospedagem, disse por mensagem que o Spamhaus estava abusando do seu poder de bloqueio e que o grupo não poderia “decidir o que entra ou não na Internet”. No entanto, ao ser procurada pela BBC para discutir o assunto, a Cyberbunker não respondeu.

Por sua vez, o Spamhaus supostamente alegou que a Cyberbunker, com a ajuda de “organizações criminosas” da Europa Ocidental e Rússia, estaria por trás do golpe.

O chefe-executivo do grupo, Steve Linford, disse que o ataque foi sem precedentes. “Nós estivemos sob este ataque cibernético por mais de uma semana”, disse Linford à BBC. “Mas estamos de pé – eles não conseguiram nos derrubar. Nossos engenheiros estão fazendo um imenso trabalho para nos manter firmes – esse tipo de ataque teria derrubado praticamente qualquer coisa.”

Nessa afirmação, o “qualquer coisa” incluiria, inclusive, a infraestrutura de Internet do governo. “Estes ataques estão atingindo um máximo de 300 GB/s”, disse Linford à BBC. “Normalmente, quando há ataques contra grandes bancos, estamos falando de cerca de 50 GB/s.”

O ciberataque está sendo investigado por cinco ciberforças policiais, segundo Linford. Ele afirmou, ainda, que não poderia dar mais detalhes que isso, para proteção das agências – que poderiam ter suas infraestruturas atacadas também.

Em escala mundial

Segundo o especialista em segurança cibernética da Universidade de Surrey, no Reino Unido, o ataque está prejudicando toda a rede mundial. “Se você comparar o ataque a uma autoestrada, ele está colocando tráfego suficiente para fechar todas as pistas”, disse à BBC.

A empresa de proteção contra ataques DDoS, Arbor Networks, também afirmou ao jornal que esse foi o maior ataque que já presenciaram. “O maior ataque DDoS que testemunhamos antes deste foi em 2010, que foi de 100 Gb/s. Obviamente o salto de 100 para 300 é muito grande”, disse o diretor de pesquisa de segurança da empresa, Dan Holden, à BBC, acrescentando que há a possibilidade de outros serviços sofrerem com o golpe.

O Spamhaus afirmou ser capaz de lidar com o ataque, já que ele possui uma infraestrutura distribuída por diversos países. Muitas grandes empresas da Internet, como o Google, dependem de seus serviços para filtragem de material indesejado.

De acordo com Linford, essas companhias ofereceram seus recursos para ajudar na absorção de todo o tráfego gerado com o ataque. “Eles estão focando em cada parte da infraestrutura da Internet que acham que podem derrubar”, disse à BBC. “A Spamhaus tem mais de 80 servidores espalhados pelo mundo. Nós construímos o maior servidor DNS.”

 Fonte: IDGNow

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