Mais uma alternativa para orientar as famílias no universo da web: o CDI (Comitê pela Democratização da Informática) lançou uma nova cartilha pelo uso da responsável da internet, em parceria com a GVT, operadora de telefonia móvel e banda larga. A versão impressa do guia será distribuído em lan houses, escolas, telecentros e famílias. Também foi lançada uma versão online cujo download pode ser feito no site. Além disso, a Safernet Brasil, ONG que apóia a iniciativa, também vai usar a cartilha em seu kit pedagógico em oficinas sobre navegação segura feitas com pais e educadores pelo país.
A parceria com as lan houses, inclusive, é um dos diferenciais do projeto. Como afirmou Rodrigo Baggio, fundador e vice-presidente do CDI, o objetivo é transformar esses locais em espaços sociais. “As ‘lans’ têm um grande potencial educativo, já que correspondem a 48% do acesso à internet no país”, diz Baggio. Até o momento, as cerca de 2,8 mil lan houses espalhadas pelo Brasil já se filiaram ao comitê.
Além de democratizar o acesso à internet, as lan houses podem ser locais mais “seguros” para a navegação. “Em um espaço cheio de gente, como um ‘lan’, é menos arriscado um pedófilo atuar – diferentemente do quarto da criança, em casa, onde ela vai estar sozinha”, afirma Helen Sardenberg, delegada titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
De qualquer maneira, os cuidados na relação das crianças com a internet devem começar em casa. Por isso, um dos destaques do debate foi o papel dos pais na conscientização dos filhos. O jornalista e comunicador de TV Marcelo Tas, um dos participantes da discussão, citou sua experiência com os filhos. “Eu me tornei um grande negociador de horários depois que virei pai. Antes, era só a televisão. Hoje eu digo que há um limite de tempo para qualquer tipo de tela, seja celular, game, computador, DVD ou TV”, diz. Pai de três filhos – Clarice, 21 anos, Miguel, 8 anos, e Luiza, 4 -, Tas acredita que a cumplicidade é a melhor solução. “O Miguel descobriu o Youtube e logo percebeu que para qualquer palavra que ele digite vai aparecer um vídeo. Então, fizemos um trato: qualquer palavra nova que ele queira digitar, precisa contar para mim. Uma das coisas que ele mais gosta de ver no site são vídeos engraçados; então, outro dia ele me disse ‘pai, tem uma coisa nova que eu quero procurar no Youtube – em vez de vídeos engraçados, posso escrever ‘vídeos muito engraçados?’’’, diz Tas. A melhor regra para uma relação saudável e segura com o mundo virtual, então, continua sendo a conversa com as crianças.
Fonte: Revista Crescer – Baixar a cartilha