Aos poucos o ensino de programação começa a chamar a atenção não somente de escolas – em sua quase totalidade particulares – como também de jovens empreendedores, definindo uma nova tendência para o ensino especializado no Brasil. A Madcode, aberta em outubro de 2014 em São Paulo, é uma delas.
Segundo Daniel Cleffi, ex-executivo da Microsoft com passagem na área de educação, a Madcode surgiu de uma necessidade própria dele e de outros dois sócios. Todos com filhos e preocupados com o formação dos jovens em relação à tecnologia.
No entanto, foi preciso começar do zero. Sem referências do ensino no Brasil, Cleffi e uma equipe multidisciplinar de profissionais – incluindo nomes em pedagogia, psicologia e cientistas da computação, criaram uma metodologia própria baseada em desafios. A proposta é mostrar ao aluno que ele é capaz de fazer algo que, num primeiro momento, parecia impossível e se superar.
“Sabemos da importância da alfabetização digital, como um terceiro idioma no mundo onde vivemos. Hoje vemos que crianças e jovens passam muito tempo diante das telas, e a gente entende que se esses jovens estiverem alfabetizados digitalmente eles podem concretizar ideias que estão tendo. É melhor do que perder tempo se dedicando a coisas improdutivas”, defende Cleffi.
Com foco em crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, a escola conta atualmente com cinco cursos: Programação, Robótica, Ensino de Aplicativos, Game Design e Empreendedorismo. As aulas têm duração de 1h30 e podem acontecer até duas vezes por semana.
Já o ensino de empreendedorismo é direcionado a adolescentes a partir de 14 anos. “O objetivo é ampliar a visão desses jovens. Eles têm uma imaginação fantástica que faz com que enxerguem soluções para contextos que estão inseridos. Uma vez que estiverem habilitados digitalmente, a ideia é que eles criem soluções para problemas. Então, se eles tiverem mesmo que uma noção básica de empreendedorismo, será que a gente não consegue aumentar o número de empreendedores de sucesso no Brasil?”, questiona Cleffi.
Uma das novidades deste ano é a Oficina de Vestíveis que a escola prevê uma primeira turma em março. Um dos focos é reunir a personalização de roupas e acessórios dos próprios alunos e introduzir conceitos de eletricidade, circuito e hardware, por exemplo. A oficina conta com três módulos. Sendo que o desafio final é produzir uma roupa que além de esteticamente bonita, seja inovadora. As inscrições para a oficina estão abertas.
Recentemente, a escola também firmou parceria com uma instituição de ensino do Vale do Silício para promover, entre outras ações, o intercâmbio de alunos.
Até então a Madcode conta duas unidades (Jardins e Alto de Pinheiros) em São Paulo e com planos de expansão em 2015. Segundo Cleffi, a expectativa é estar presente nas principais capitais do país com modelo de franquia.