O Facebook é o principal agente de mudanças dos hábitos de comunicação de jovens entre 15 e 25 anos. É o que aponta o estudo do ConsumerLab, laboratório de pesquisas de comportamento da Ericsson, que avaliou o crescimento explosivo do Facebook por smartphones e aplicativos, os quais permitiram conexão a qualquer hora e lugar. Mas entrevistados evitam se enquadrar em esteriótipos dos heavy users.
De acordo com o levantamento, em 2005, 37% dos jovens de 15 a 19 anos na Suécia acessavam uma rede social semanalmente. Já em 2010, esse número cresceu para 69%. Da mesma forma, entre jovens de 20 a 24 anos, a porcentagem passou de 33% para 74% no mesmo período.
No Brasil, em 2007, 38% dos jovens pesquisados de 15 a 24 anos usavam as redes sociais mensalmente e, em 2011, esse número já alcançava 79%. Como resultado, em números gerais, cerca de 7% dos jovens brasileiros pesquisados acessam as redes sociais mais de 10 vezes ao dia e aproximadamente 24% gastam mais de 3 horas por dia checando as mídias sociais. Além disso, 14% acessam o Facebook pelo menos uma vez por dia no país, onde a rede social é mais acessada do que o Twitter e o Skype, perdendo somente para o MSN, que é utilizado por 21,6% dos jovens, e para o YouTube com 17, 2% dos acessos.
Luciana Gontijo, responsável pelo ConsumerLab da Ericsson para a América Latina, avalia: “Esse cenário nos mostra claramente que, no Brasil, assim como na Suécia, o uso das redes sociais entre os jovens têm crescido rapidamente, independentemente das diferenças no estágio de penetração da banda larga. No país, estamos explorando o potencial das redes 3G, enquanto na Suécia essa experiência já é vivida no LTE/4G. Dessa maneira, os números demonstram o grande potencial do mercado brasileiro, que com o advento da mobilidade tem ganhado escalas cada vez maiores, penetrando em todas as classes econômicas do país. Estamos apenas começando.”
O estudo mostra que mesmo o Facebook sendo um dos principais meios de comunicação dos jovens, admitir ser um heavy user do Facebook é algo considerado embaraçoso. A pesquisa destaca seis estereótipos, baseados nas regras de interação social da ferramenta, que os usuários entrevistados buscam evitar para um melhor status social e posicionamento na rede. São eles: perseguidor, fofoqueiro, carente, inconveniente, metralhadora de informações e observador curioso.
O perseguidor visita secretamente os perfis de certas pessoas obsessivamente durante o dia; o fofoqueiro atiça rumores e se preocupa muito com as relações dos outros; apesar do observador curioso quase nunca postar na rede, ele está constantemente observando a vida alheia de longe. O carente revela muito sobre si mesmo e com frequência aparece no histórico de notícias, por isso pode ser visto como um amigo irritante pelos demais. Já o metralhadora de informações é aquele que tem muitos interesses específicos e posta informações consideradas desinteressantes em excesso.
E, por último, o inconveniente é aquele que ignora qualquer regra social do Facebook, como adicionar pessoas sem conhecê-las ou escrever mensagens embaraçosas para os amigos.
Luciana Gontijo completa: “O espaço social do Facebook tem uma ética própria e estabelece regras claras de comportamento, de forma que quem não as segue é rapidamente excluído e banido pelo grupo”.