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Não é sempre que a Microsoft é a empresa para se prestar atenção em determinado ano. Mas em 2016, definitivamente, será.

O CEO Satya Nadella e sua equipe têm abalado as coisas, surpreendendo os clientes com bons produtos, um movimento contínuo em direção à nuvem, adesão ao código aberto, e uma vontade forte de levantar-se a favor da defesa da privacidade dos usuários diante da pressão dos governos por maios segurança.

Além disso, temos que reconhecer um sucesso nascido nos velhos tempos de Steve Ballmer: o Windows 10. Ter raízes no mundo PC é problemático, para dizer o mínimo, mas o Surface Book é (surpresa ) um produto interessante que mostra que a empresa está repensando a velha escola, na medida do possível. Até mesmo inspirando – ou pode ser superando – a Apple, com o mais novo Surface, o Pro.

Existem ainda grandes desafios, e a maioria deles está no mundo mobile. A compra mal feita da Nokia custou bilhões, e pior, mostrou-se incapaz de desenvolver uma estratégia móvel coerente anos depois. Algo imperativo hoje.

O balanço geral, no entanto, é definitivamente favorável à Microsoft. Algo que dificilmente poderia ser dito há alguns anos. Wall Street fez um monte de previsões ruins sobre empresas de tecnologia, mas está projetando uma performance (preço-lucro) melhor para a Microsoft, no futuro, que a da Apple.

Batendo os fabricantes de PC em seu próprio jogo

Execução sem falhas é algo que poucas empresas conseguem, e a Microsoft não é exceção. Tanto o Windows 10 quanto o Surface Book têm problemas que não podem ser ignorados. Mas ao contrário do Windows Vista ou do Windows 8, os atuais problemas do Windows 10 são solucionáveis. O mesmo pode ser dito do Surface Book.

A Microsoft entrou no mercado de hardware há alguns anos, quando ficou claro que nenhum dos fabricantes de PCs estava disposto a produzir um tablet decente rodando Windows. O Surface original, especialmente a versão RT, era estranho e quase inúti. Não foi bem aceito – falando francamente, custou à empresa um prejuízo contábil de 900 milhões de dólares.

Agora compare-o com o novo Surface Pro 4. O novo tablet é alimentado pelo novo processador Skylake, da Intel, para o qual a Microsoft reformulou todo sistema de distribuição de calor, pertindo que os chips atinjam velocidade máxima, para que possam suportar com louvor as aplicações mais exigentes.

Da mesma forma, a Microsoft entrou no mercado de PCs porque os fabricantes de PCs foram de uma falta de imaginação irritante. O Surface Book chegou a ser considerado pela imprensa especializada, e aí peço licença oara citar meu colega Woody Leonhard, “uma peça de hardware sexy”. Quando foi a última vez que você ouviu alguém se referir a algum profuto da Microsoft desta forma?

Acredito que a Microsoft não esteja interessada em invetir toneladas de dinheiro para produzir mais uma máquina cara, como já acontece com o Surface Pro 4, mas é evidente que a empresa pretende empurrar os fabricantes de PCs a fazerem melhores produtos.

Do código aberto à realidade aumentada

Não é preciso voltar muitos anos no tempo para encontrar evidências de rejeição arrogante da Microsoft em relação à comunidade open source. Isso vem mudando já há algum tempo. Com a empresa se esforçando para manter os desenvolvedores ao seu lado, o open source tornou-se ainda mais importante.

Houve um desenvolvimento chave nessa frente no mês passado quando a Microsoft anunciou planos de abrir o código fonte do seu motor JavaScript Chakra. Ele mostra, como o meu colega Serdar Yegulalp escreveu, “que a Microsoft quer se tornar um player relevante no ecossistema JavaScript, que tem a ambição de ser uma plataforma de execução quase universal para todo o tipo de software.”

Não há uma enorme quantidade de dinheiro aqui, mas a estratégia oe Chakra é indicativo de uma nova abertura e disponibilidade para trabalhar em ambientes onde a Microsoft, definitivamente, nunca esteve em posição de dominar o campo de jogo.

Por fim, há o HoloLens. Claro, ela já foi adiado algumas vezes, mas estou animado para ver a dedicação da Microsoft ao produto – ele praticamente eclipsou o Windows nos últimos grandes eventos da companhia. Mais importante, ele mostra uma vontade de ir além da zona de conforto corporativo.

Peter Bright, do Ars Technica. coloca desta forma: “Com HoloLens vi objetos virtuais – castelos Minecraft, janelas Skype, até mesmo a superfície de Marte – e espacialmente integrados com o mundo real.”

A realidade aumentada tem o potencial de ser mais do que um brinquedo legal. Empresas como a Epson já desenvolveram e venderam unidades que ajudam os técnicos de campo a corrigir dispositivos complexos e trabalhadores do armazém a escolher produtos das prateleiras. Este campo é lotado de opções, e vai demorar algum fazendo por Microsoft para ter sucesso, mas a sua vontade de arriscar fala mais alto.

Não quero minimizar as fraquezas da nova Microsoft ou defender o comportamento grosseiro como a sua campanha irritante força os usuários a baixarem o Windows 10. Mas venho assistindo ao declínio da Microsoft como uma potência tecnológica relevante ao longo dos anos, e agora vejo um monte de razões para esperar um ressurgimento. Olhe com atenção para a Microsoft em 2016.

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