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Vivemos saturados por estímulos digitais múltiplos formatos. Esta nova realidade impacta diretamente nos hábitos de leitura e na educação das crianças, que, desde pequeninos tem se tornados dependentes das telas, deixando de lado as brincadeiras ao ar livre com os amigos ou até mesmo o simples hábito de ler histórias.

As redes sociais, os streaming, as conversas via aplicativos ou até mesmo pelos meios mais tradicionais, somos constantemente estimulados e bombardeados com diversos tipos de conteúdo. Embora potencialmente problemático, é inegável que a sociedade contemporânea é profundamente dependente da tecnologia e valoriza a gratificação imediata.

No entanto, no que concerne à leitura, não se pode ignorar que já houve períodos mais desafiadores. O estudo mais recente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), intitulado “Mercado do Livro e Hábitos de Compra em Portugal“, corrobora essa visão ao revelar que há um aumento na compra de livros em Portugal, com os jovens sendo os principais responsáveis por essa mudança. Cerca de 70% dos entrevistados afirmaram ter comprado a mesma quantidade ou mais livros em comparação ao ano anterior, o que indica uma ligeira mudança nos hábitos de leitura dos portugueses nos últimos anos.

As comunidades de leitores que emergiram em plataformas como Instagram e TikTok têm impulsionado essa transformação no mercado. No entanto, é necessário avançar mais para consolidar esses números e fomentar o hábito de leitura entre os mais jovens. A escola desempenha um papel crucial nesse processo, pois é, geralmente, o local onde as crianças aprendem a ler e escrever pela primeira vez. Desde cedo, os professores auxiliam os alunos no desenvolvimento de habilidades de decodificação e compreensão, que são essenciais para a prática da leitura.

A existência de bibliotecas bem equipadas e atualizadas, com uma ampla variedade de livros que atendam aos interesses de crianças e adolescentes, é igualmente essencial. Além disso, as bibliotecas oferecem uma oportunidade para que os alunos sejam expostos a diferentes gêneros e estilos literários, permitindo que descubram suas preferências de leitura e interesses. Adicionalmente, os estudantes têm a oportunidade de se colocar no lugar dos personagens e explorar outras vidas e contextos, o que contribui para a compreensão da diversidade do mundo e a abertura a novas culturas.

Destaca-se também a importância dos livros incluídos no Plano Nacional de Leitura, que possibilitam a leitura como uma atividade coletiva, na qual os alunos, orientados pelos professores, podem debater as obras lidas e chegar a conclusões que transcendem seu próprio conhecimento individual. A criação de clubes do livro e grupos de leitura pode ser um incentivo adicional para que os alunos compartilhem suas opiniões e troquem ideias sobre livros diferentes daqueles incluídos no Plano.

Por fim, considero importante ir além das aulas de Língua Portuguesa, pois a literatura pode ser integrada em outras disciplinas. Atualmente, existem livros sobre diversas temáticas, então, por que não incluir leituras relacionadas aos tópicos que estão sendo ensinados?

Levando tudo isso em consideração, é evidente que a escola não é a única responsável pelo desenvolvimento do hábito de leitura. As famílias desempenham, naturalmente, um papel fundamental e também devem promover a leitura. Nesse sentido, se desejamos que as crianças troquem as telas pelos livros, é essencial que haja um esforço conjunto, para que possamos formar gerações mais capacitadas no futuro.

Artigo Escrito por Ricardo Almeida e Compilado do website Diário de Noticias

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