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A implantação de uma rede social em uma empresa, para que funcionários e parceiros colaborem ativamente, deve trazer grandes benefícios e enormes vantagens competitivas para as empresas que se arriscarem primeiro, incentivando a Inovação e aumentando o Conhecimento interno. Mas antes, é preciso retrabalhar suas culturas e trazer novos hábitos saudáveis para que isto funcione bem.

A busca por manter o conhecimento interno da empresa não é nova. Desde a década de 90 fala-se, principalmente dentro das grandes corporações, de métodos e sistemas que dão a possibilidade de, através da colaboração dos funcionários, transformar conteúdos tácitos em explícitos (sejam idéias ou experiências), para que estes possam ser consultados e aproveitados por outros colaboradores, sejam diretores, gerentes, e até mesmo novos funcionários, que assumem os papéis de funcionários demissionários ou aposentados.

Matérias foram criadas para estudar e oferecer soluções que realizassem tais idéias, e foram agrupadas dentro de uma disciplina chamada Gestão de Conhecimento. Práticas (como reuniões estruturadas de trabalho, cursos e palestras, programas de coaching, etc.) e sistemas (Catálogos de Conteúdo da Intranet, Gestão Eletrônica de Documentos, Fóruns de Discussão, Bases de Conhecimento, etc.) foram idealizados baseados nos ideais da Gestão de Conhecimento. No entanto, boa parte das empresas que implantaram estes sistemas nestas épocas não obtiveram resultados totalmente satisfatórios, e uma das causas principais sempre é a falta de comprometimento dos colaboradores. Entre muitos motivos para este problema, os principais em geral são a falta de “cultura” e/ou política da empresa em compartilhar, falta de incentivos ou mal entendimento do benefício de uso dos sistemas, dificuldades e complexidades de uso dos sistemas implantados, e também, o relacionamento frio entre homem/máquina. Explica-se: nem todo mundo se sente a vontade “conversando” com o computador, sem ter a certeza de que aquilo que está sendo compartilhado será realmente aproveitado, e grande parte dos sistemas criados até então realmente priorizavam o conteúdo em si, sem privilegiar a pessoa, muito menos os relacionamentos entre as pessoas.
O tempo avança, novas idéias vem e vão, e atualmente falamos muito em Rede Social. Empresas surgiram “do nada”, cresceram e se estabeleceram por causa da socialização digital (podemos citar, dentre as principais, Facebook, Twitter, e porque não, o Google, sendo o Orkut somente uma peça dentro de todo um contexto). Rede Social, como já sabemos (ou pelo menos deveríamos saber), tem muito a ver com: pessoas, relacionamentos e conteúdo.

A relação pessoa-a-pessoa que um Rede Social proporciona gera muito mais frutos que a “antiga” homem/máquina. O poder do relacionamento entre pessoas é capaz de trazer conteúdos à tona, aprimorá-los através de discussões e debates e gerar um ganho efetivo final, que neste caso será totalmente direcionado para a empresa que implantou o sistema.

Ainda podemos enumerar vários outros:

  • Acesso fácil e rápido ao Conhecimento, pois tudo estará a um clique de distância, seja computador, celular, tablet;
  • Rede Social é “parte intrínseca” do Ser Humano, pois nós adoramos nos relacionar com outras pessoas, interagir, trocar idéias, compartilhar;
  • A Inovação aparece, pelos incentivos que existem dentro de uma Rede Social em ter idéias, compartilha-las, discuti-las, analisa-las e até mesmo, chegar em um plano de ação para implanta-las;
  • Não existe Barreira Geográfica que impeça o contato entre pessoas que estão distantes fisicamente;
  • Não existe Barreira Hierarquica em uma Rede Social que impeça que pessoas de diferentes níveis conversem, de igual para igual (neste ponto, muito cuidado com a cultura da empresa!);
  • Não existe Barreira de Seções que impeça que pessoas de diferentes áreas e competências conversem entre si, de forma que poderão mais facilmente surgir novas idéias e interessantes “mashups” organizacionais para resolver problemas da empresa;
  • A forma de Comunicação em uma Rede Social é Direta entre todos os participantes, com troca de informações consistentes e relevantes, sem entre-meios, sem ruídos, sem o efeito “telefone sem fio”;
  • Identidade e Valor Pessoal, pois os colaboradores dentro da Rede Social poderão “se mostrar” como são, trazendo seus conhecimentos, costumes, crenças, ideais, valores e princípios;
  • A Integração Pessoal dos colaboradores (e por consequência entre as Equipes) poderá ocorrer de uma forma muito melhor, pelo compartilhamento, conhecimento e identificação intra-pessoal, troca de experiências;
  • Referências (ou, finalmente, Gestão de Conhecimento), pois tudo que for gerado nos sistemas de Rede Social poderá ser classificado (ou “tagged”, pra usar linguagem atual) estudado, resumido e armazenado para posteriores consultas ou planos de ação;
  • Liberdade ou Abertura, para deixar seus colaboradores se comunicarem livremente e que os resultados disso serão impressionantes movimentos coletivos e criativos que ajudarão a sua empresa a fluir e crescer;
  • Tecnologia Facilitada, pois atualmente há todo um conjunto de ferramentas para criação de Rede Social que não só visam a criação de conteúdo, como também a usabilidade mais fácil, pensando em usuários leigos;
  • A Implantação Customizada, visando o uso interno, poderá focar em aspectos que as empresas precisam trabalhar mais, fechando ou abrindo em conteúdos relevantes, ao contrário da utilização de soluções prontas de uso generalista;

Como podemos ver, as vantagens são inúmeras, e são grandes. Mas é preciso alertar que nem todas as empresas estão preparadas para implantar sistemas de Rede Social, ou ainda liberar seu uso nas existentes.

Grande parte das empresas ainda mantém o conceito de que Rede Social é uma “perda de tempo” e que gera “queda de produtividade” dos funcionários. Talvez uma olhada em uma pesquisa recente realizada pela Universidade de Melbourne e veículada por mídias como The New York Times ajude a quebrar este paradigma.

Outras empresas, por causa de suas rígidas estruturas de hierarquia e também por seu tradicionalismo direcional, já terão boas dificuldades em se tornar uma empresa inovadora e com o pensamento aberto para opiniões multi-direcionais, além das regras pré-estabelecidas.

Para estes tipos de empresas, é preciso trabalhar a sua cultura para que os colaboradores se sintam realmente livres para opinar, e assim, ajudar a empresa a inovar, crescer e prosperar.

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