Conectar o celular com o GPS, apontar a câmera, lançar a pokebola e pronto você pegou um Pokémon. Parece simples, mas por trás deste simples joguinho de celular que está conquistando o mundo está um conceito complexo e que faz cada vez mais parte do coritdiano: a realidade aumentada. A tecnologia apresenta muito mais possibilidades do que apenas ser um treinador pokémons.
A chamada realidade aumentada (RA) é quando o mundo em que vivemos é ampliado e um elemento virtual é introduzido nele. “Realidade aumentada é quando você interage com o mundo real. Você utiliza a câmera do celular para que elementos virtuais ou 3D apareçam no mundo real. Você projeta o mundo virtual no real. Então você tem algum objeto real que vai dar início a uma experiência através de 3D ou de vídeos. O que vai aparecer sobre este ambiente real não importa muito. A ideia da realidade aumentada é que você sempre acaba utilizando algum tipo de câmera que capta o ambiente real e projeta um 3D em cima deste real.” explica Wellington Moscon, CEO da Go Epik, empresa de tecnologia.
Realidade aumentada na educação
Uma start up de Curitiba é pioneira no uso desta tecnologia na educação infantil. Para a empresa Eruga, smartfones e tablets podem ser bem-vindos na sala de aula e utilizados como auxiliares na educação. O diretor de Tecnologia da Informação do Eruga, Alex Werner explica como a RA é aplicada em sala de aula.
“O que a gente tenta fazer com a tecnologia é dar experiências concretas para alunos de coisas que seriam muito abstratas para se trabalhar, principalmente na educação infantil. Então, por exemplo, eu quero mostrar o que é o sistema solar para um aluno que nunca viu nada a respeito, que não entende como você pode estar dentro de um objeto esférico que está dentro do espaço. Como eu consigo mostrar isto de uma forma eficiente? Eu projeto um modelo 3D do sistema solar na frente dele usando realidade aumentada. Então ele está vendo uma interação entre o mundo real e o mundo virtual. Ele vai entender um conceito que é bem abstrato por meio do que a gente faz com a realidade aumentada.”, conta.
De acordo com o diretor com o uso da tecnologia os alunos ficam mais interessados e se concentram mais na aula, além de absorverem melhor os conteúdos ensinados.
Realidade aumentada nas empresas e na medicina
Outra possibilidade para a realidade aumentada é auxiliar no treinamento de funcionários e auxiliar na resolução de problemas a distancia. Um aparelho com problemas, por exemplo, pode ser consertado utilizando esta tecnologia. Quem explica como isto funciona é Wellington Moscon, CEO da Go Epik, empresa que já utiliza este método.
“O ciclo completo funciona assim: as máquinas já tem sensores, então estamos falando de internet das coisas. A máquina avisa para o operador que ela vai ter um problema. Então ele recebe no celular um aviso dizendo ‘estou com variação de temperatura’. Ele vai até a máquina, aponta para ela o celular e aparece em realidade aumentada todos os procedimentos que ele vai executar para realizar esta manutenção e identificar o que está acontecendo.”
De acordo com Wellington com o desenvolvimento da tecnologia dos smartphones, pode se pensar em usos deste tipo de aplicativos para a realização de tarefas que não estejamos acostumados. Como ajudar a trocar a tinta da impressora ou identificar o defeito de um carro que parou na estrada. O CEO ainda explica que caso não sejamos capazes de realizar estes procedimentos sozinhos poderíamos solicitar o auxílio de um especialista também utilizando RA.
“Caso um funcionário não consiga realizar estes procedimentos de manutenção ele pode pedir o auxílio de um especialista. Então imagina assim, ele está no chão de fábrica e ao invés de eu ter que deslocar um especialista hoje que entende muito daquele processo, ou daquela máquina. Deslocar este cara de outra cidade, ou até mesmo outro país. Eu utilizo um óculos de realidade aumentada, fico olhando para a máquina e o especialista estará no escritório dele, através de um notebook ou um computador visualizando a mesma coisa que está aparecendo no meu campo de visão. Então de onde ele estiver ele consegue inserir elementos de realidade aumentada no meu campo de visão para me dizer onde eu tenho que fazer a manutenção e o que eu tenho que verificar.”, conta.
Este mesmo procedimento, ele informa, pode ser aplicado para diversas áreas, incluindo a medicina. Imaginando por exemplo um médico especialista colaborando com os seus conhecimentos uma cirurgia delicada.
Ele faz questão de ressaltar que isto não é um conceito virtual de um futuro distante. “É algo que vai fazer parte do dia a dia da indústria. É algo que já está acontecendo, não é algo que vai acontecer. Cada vez mais a gente tem desenvolvido para grandes indústrias, ele tem visto ganho na qualidade do processo, na velocidade que alguns processos vem sendo executados que não era possível antes disto.”, afirma.
Impacto do Pokémon Go na Indústria de TI
Todos os entrevistados são unânimes em dizer que o lançamento do Pokemon Go influenciou positivamente a indústria de tecnologia da informação porque populariza a realidade aumentada. Eles acreditam no desenvolvimento de novas tecnologias usando como base esse conceito.
O diretor de TI da escola Eruga, Alex Werner, acredita que este tipo de jogo desperta a curiosidade e traz mais investimentos para a área. “É uma área nova no mundo todo, precisa de muito investimento tanto para construir conteúdo, quanto para trabalhar com a tecnologia em si. Então o investimento tem que acontecer no hardware, no software. Este tipo de atenção que vem com o jogo eu acredito que pode despertar o engajamento de várias áreas da indústria”.
Wellington Moscon, CEO da Go Epik conta que só o lançamento do jogo na Austrália e na Nova Zelândia já foi o suficiente para aumentar a visibilidade da área. “Já está acontecendo. O nosso caso é um fundo de investimento que por causa do Pokémon Go estão querendo iniciar conversas. Pelo fato de terem visto que as ações da Nintendo subiram mais de 30%, pelo fato de terem visto a quantidade de usuários que estão utilizando o aplicativo, isso gerou um interesse instantâneo. Para nós foi superpositivo.”, conta.
Futuro da Realidade Aumentada