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O jovem brasileiro é otimista. Acredita que dias melhores ainda estão por vir e que o Brasil será um importante motor para o desenvolvimento da América Latina. Mas está insatisfeito com a corrupção, os políticos e a escola. Quer novas formas de se educar, fazer política e gerar renda. E vê na tecnologia, principalmente móvel, uma aliada fundamental para isso, segundo o estudo “Millennials”, da Telefónica, divulgado durante a Futurecom 2014.

O estudo, em sua segunda edição, ouviu mais de 6,7 mil jovens entre 18 e 30 anos em 18 países na América Latina, Estados Unidos e Europa, de 23 de junho a 4 de agosto de 2014, por meio de um questionário online. Foram entrevistados Millennials da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Alemanha, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela. O tamanho das amostras de cada país foi definido pelo percentual da sua população com acesso à internet. No Brasil, foram 500 jovens.

Os resultados no país são muito parecidos com a pesquisa “Juventude Conectada”, divulgada em junho pela Fundação Telefònica. Em ambas o empreendedorismo e o ativismo aparecem como características muito acentuadas dos jovens brasileiros.

Confiantes, 71% dos Millennials entrevistados no país acham que podem fazer a diferença localmente e 51% vão mais além e apostam que suas trajetórias podem gerar, em algum nível, um impacto positivo globalmente. Para 55% dos entrevistados, a melhor forma que os jovens têm para ajudar a fazer a diferença em suas comunidades locais é usar redes sociais como instrumento para documentar, denunciar e divulgar.

Na avaliação de 46% dos entrevistados no país, a corrupção é o principal problema a ser enfrentado pelo Brasil e pelo mundo. E 83% dizem que ela é o maior empecilho para o crescimento do país, ao lado de desigualdade social (59%), inflação (56%) e lideranças políticas (49%).

“Em relação a ter o seu próprio negócio, o percentual de brasileiros que se dizem dispostos a tal (34%) é superior a média de todas as regiões”, afirma Gabriella Bighetti, diretora presidente da Fundação Telefônica.

A executiva ressalta que a pesquisa “Juventude Conectada aprofundou mais o tema empreendedorismo. Mas os resultados são muito semelhantes, até mesmo no percentual de jovens que prefere ter um bom emprego, inicialmente, para se capitalizar e empreender. No estudo “Millennials”, 43% preferem ter um emprego estável com um bom salário nos próximos 10 anos, enquanto 20% ambicionam pelo próprio negócio.

Gabriella ressalta que outro dado importante revelado pelo estudo “Millennials” é o descontentamento da juventude com as atuais formas de ensino: 75% dos Millennials brasileiros se mostram insatisfeitos com o sistema de ensino. Este índice está acima da média da América Latina, que é de 57%. Para 70% dos entrevistados no Brasil, o sistema de ensino é o principal aspecto da infraestrutura do país que o governo deve se concentrar em melhorar. E eles dizem que os três primeiros itens relacionados à educação que precisam melhorar são acesso à tecnologia (72%), qualidade dos professores (70%) e universalização do ensino (68%).

“O acesso a tecnologias, inclusive as tecnologias móveis capazes de individualizar o aprendizado e tornar o professor um orientador, é um grande desfaio, dada as diferentes realidades das escolas brasileiras, mas também uma enorme oportunidade”, afirma Gabriella.

Hiperconectados
Um dos consensos entre Millennials é a adoção da tecnologia móvel. No Brasil, 78% dos entrevistados se consideram na vanguarda da tecnologia e possuem um smartphone. Em relação a tablets, o índice é de 42%. Em 2013, esses percentuais eram, respectivamente, 63% e 24%. E outras plataformas e produtos entram no mundo dos Millennials, como SmartTV (35%) e dispositivos wearable (27%).

Tem mais: 71% dos jovens brasileiros utilizam o celular para acessar a Internet. para muitos deles (42%) este é o principal meio de acesso.

Os jovens utilizam a internet principalmente para ações de comunicação e entretenimento: 58% acessam redes sociais, 45% mensagens instantâneas, 35% e-mails e 35% várias vezes ao dia. Chama atenção o fato dos jovens brasileiros se sobressaírem, em comparação aos jovens das demais regiões, no uso dos dispositivos móveis para lerem notícias, fazer transações financeiras (pagamentos, depósitos e transferências de dinheiro), procurar por um novo emprego ou por uma nova oportunidade de carreira, usar serviços de localização e marcar encontros.

Escrito por Cristina De Luca

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