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Estamos cada vez mais conectado ao mundo virtual. Em 2021, o número de domicílios brasileiros com acesso à internet chegou a 90%, de acordo com um estudo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Em casa, os celulares são os principais dispositivos de acesso, utilizados por 99,5% dos lares com acesso à rede. Com o aumento do acesso, cresce também o número de crianças que utilizam a internet no cotidiano, especialmente no cenário após a pandemia. Dados da TIC Kids Online Brasil, de 2022, mostram que 92% dos jovens entre 9 e 17 anos já acessaram a rede. O número se mantém próximo aos dados da mesma pesquisa feita em 2021, quando o percentual foi de 93%.

Finalidade do uso da internet por crianças e adolescentes

Um dos hábitos frequentes dessas crianças e adolescentes que estão expostas ao mundo virtual é o acesso aos games. Dos que responderam à pesquisa da TIC Kids Online Brasil, 58% afirmaram participar diariamente de jogos conectados a outros jogadores. Em comparação com os dados de 2021, houve uma queda, pois, no ano anterior 66% dos que responderam ao estudo jogavam em companhia no mundo virtual. Por outro lado, 80% disseram usar a internet para fazer trabalhos escolares. Houve um aumento em comparação com o ano anterior, uma vez que, em 2021, a internet era utilizada por 71% de jovens entre 9 e 17 anos para complementar seus estudos. 73% das crianças e adolescentes aproveitavam o uso da internet em 2022 para acessar as redes sociais, o que representa uma queda em comparação com a pesquisa de 2021.

Os dados anteriores mostraram que, à época, 78% dos ouvidos estavam ativos nessas mídias.

Monitoramento dos adultos

A pesquisa ouviu também os responsáveis para saber até que ponto as atividades online dos filhos são monitoradas. 58% dos entrevistados afirmam olhar o histórico de sites visitados. Questionados sobre a segurança do que tem sido visto pelos filhos que acessam à rede, 75% dos pais dizem que a internet é utilizada pelos filhos com segurança; a mesma porcentagem foi indicada também na pesquisa de 2021.

Quais os prejuízos?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), as mídias preenchem vazios desde que o não ter o que fazer ao abandono afetivo, ou até mesmo pelo pouco tempo dos pais para dar atenção aos filhos. Alguns problemas relatados são alterações no comportamento familiar e social, transtornos de aprendizado, e outras doenças. O brilho das telas ainda provoca o bloqueio da melatonina, que pode resultar em problemas do sono e, consequentemente, sonolência durante o dia. Sendo assim, o rendimento escolar é afetado e podem surgir sintomas dos transtornos do déficit de atenção e hiperatividade.

Como os adultos devem agir com relação ao uso da internet por crianças e adolescentes?

Sociedade Brasileira de Pediatria indica as recomendações para evitar danos futuros causados pelo uso das redes por crianças e adolescentes. Os conselhos que estão no Manual de Orientação são:

  • Viver com mais saúde é do lado de cá, junto com as crianças e adolescentes, não do lado de lá das telas com robôs e algoritmos.
  • Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem necessidade (nem passivamente!).
  • Crianças com idades entre 2 e 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão de pais/cuidadores/ responsáveis.
  • Crianças com idades entre 6 e 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1-2 horas/dia, sempre com supervisão de pais/responsáveis.
  • Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos: limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite” jogando.
  • Não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam; estimular o uso nos locais comuns da casa.
  • Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar 1-2 horas antes de dormir.
  • Oferecer alternativas para atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável.
  • Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar.
  • Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados, saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é responsabilidade legal dos pais/cuidadores.
  • Estimular a mediação parental das famílias e a alfabetização digital nas escolas com regras éticas de convivência e respeito em todas as idades e situações culturais, para o uso seguro e saudável das tecnologias.

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