O diplomata do Irã em Brasília, Hekmatollah Ghorbani retornou ao seu país, após ter sido acusado de abusar de menores em piscina de clube em Brasília, no último sábado. A embaixada iraniana afirmou que Ghorbani não foi visto desde segunda-feira. Em seu blog, o jornalista Ricardo Noblat confirmou o embarque do diplomata, acusado de se aproximar das meninas enquanto nadava e tocava nas partes íntimas de dez garotas com idades entre 9 e 15 anos, como revelou o GLOBO.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) não confirma se o diplomata saiu do Brasil. Representantes do ministério e a mãe de uma das garotas estiveram reunidos hoje. Porém, como o relatório com os depoimentos das menores e do iraniano, tomados no 1º DP no dia da ocorrência, só chegou ao Itamaraty no final da reunião, por volta das 17h de hoje, o encontro não foi conclusivo.
Segundo a assessoria de imprensa do MRE, os dados serão analisados e a embaixada do Irã será notificada sobre o entendimento do Brasil no caso. Não há prazo para que isso ocorra.
Como Ghorbani tem imunidade diplomática, ele pode deixar o país livremente. Pelas regras internacionais, é o país de origem que deve decidir pela retirada do seu diplomata de um país de forma definitiva e apenas nesses casos o MRE é avisado sobre a saída do diplomata. Outra punição possível a membros de missões diplomáticas é a definição de que ele é ‘persona non grata’, o que implica em um pedido do Itamaraty para que ele volte ao seu país de origem, o que seria uma decisão política.
A mãe de uma das menores que participou da reunião com o Itamaraty acredita que a saída do diplomata do Brasil é temporária, e que ele voltará assim que o caso for esquecido pela imprensa.
— Acho que tiraram ele do Brasil. E quando abafar ele volta. Se eu não continuar lutando, nada acontece – disse a responsável por uma menina de 11 anos, que preferiu não se identificar.
As famílias das vítimas irão analisar a possibilidade de pedir que o Ministério Público peça abertura de processo contra Ghorbani. O clube onde o diplomata teria abusado das meninas, o Vizinhança 1, na Asa Sul, colocou à disposição das famílias auxílio jurídico.