No domingo das eleições, um pouco antes do início da apuração dos votos das eleições municipais, a suástica, símbolo do regime nazista, ocupava as primeiras posições da lista dos assuntos mais comentados no Twitter. De acordo com a organização não-governamental Safer Net, esse não é um caso isolado: no período eleitoral, a denúncia contra páginas consideradas ilícitas cresce consideravelmente. Na véspera da eleição, a organização recebeu 378 denúncias – 150% a mais do que a média registrada nos sábados anteriores. Dados parciais de ontem também indicam um número de denúncias pelo menos 272% superior aos domingos anteriores.
O presidente da SaferNet Brasil, Thiago Oliveira, destaca que a maioria das denúncias está relacionada a perfis de usuários nas redes sociais, principalmente Twitter e Facebook, que são acusados de estarem propagando mensagem de ódio e discriminação. Os alvos mais comuns são nordestinos, judeus, homossexuais e negros – incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
“O que explica esse aumento é, sem dúvida, o acirramento do debate eleitoral, principalmente na capital paulista. Também há mensagens com apologia e incitação a violência contra eleitores de um determinado candidato a prefeito de São Paulo”, disse à agência EBC.
Mayara Petruso
Em 2010, uma onda de comentários contra nordestinos também tomou conta das redes sociais, logo depois da eleição da presidenta Dilma Rousseff. Um dos casos que ficou mais conhecido foi o da estudante de direito Mayara Petruso que dizia que os eleitores do Nordeste deviam ser “afogados”. O perfil dela recebeu mais de mil denúncias só na SaferNet e a entidade enviou as denúncias ao Ministério Público do estado de São Paulo. Quem quiser denúncias crimes virtuais de racismo, xenofobia ou relacionado a outros tipos de conteúdo deve acessar a página da SaferNet Brasil, indicando o site ou perfil que postou a mensagem considerada ilegal.
Fonte: UOL