Sim, notas escolares importam

Recentemente fiz um comentário no Instagram onde dizia: “A autoestima do seu filho lhe abrirá mais portas do que suas notas escolares”. E meu comentário foi “Mais (sim, escrevi errado mesmo) sem notas escolares não irá a lugar algum”. E fiquei surpreendido de forma negativa como foram os contra-argumentos.

Ao invés de responder a todos os comentários, pois não gosto de perder muito tempo com as redes sociais, respondo a todos de uma única vez, reafirmando, “sim, notas escolares importam”, elas abrem portas para o mundo. Não basta “autoestima”, e justifico:

A autoestima é importante nas crianças, mas somente isso não basta. Autoestima não abre porta para as crianças, somente abre para adultos. A frase dita, acredito eu, está em um contexto escolar e para aqueles em idade escolar, mas é direcionada aos adultos.

A escola é um laboratório, um ambiente para desenvolver características que você vai precisar na vida adulta. Então, Sim, Notas importam! Não importa se a escola é pública ou particular. Se é a escola perto de casa, ou num centro nobre de alta referência.

As notas demonstram sua capacidade de aprendizado, de absorção do conhecimento, de esforço, de superação, de dedicação de responsabilidade, de resiliência. Uma criança que não consegue desenvolver estas características precisa de apoio de adultos responsáveis, o aluno pode estar com problemas ocultos, e inclusive, provavelmente vai precisar de ajuda na vida adulta, para orientar nos desafios escolares e profissionais, que a cada ano se tornam mais difíceis e complexos.

Seu histórico escolar, que demonstraram boas notas, deixa claro seu esforço. Você não entra nas melhores faculdades do mundo se não tiver boas notas. Você não escolhe pelo ENEM onde quer estudar se não tiver boas notas. Você JAMAIS vai conseguir uma bolsa de mestrado ou doutorado, em uma boa universidade fora do Brasil, se não tiver boas notas.

“ah, mas eu nunca vou sair do Brasil…” Devia! Tem coisas que vai conhecer e vivenciar, que dinheiro no mundo nenhum consegue comprar, somente saindo do seu país de nascimento.

O Brasil é um dos países com a pior taxa educacional do mundo, e não sou eu que estou dizendo. Basta pesquisar qualquer ranking educacional. Segundo International Institute for Management Development, a educação no Brasil é a pior do mundo entre 63 países.

No “Pisa 2018”, estávamos atrás de países como Costa Rica, Cazaquistão, Líbano, Croácia, diversos outros países em guerra. Para o Pisa 2022, deve ser pior, e isto é vergonhoso.

Grande parte do conteúdo programático hoje das escolas estão desatualizados. Sim, estão.

A educação brasileira precisa de um reset completo. Inclusive isso é detalhado quando escrevi a Decadência Moral Brasileira. Mas isto não é justificativa, para não se valorizar o ensino da matemática, do português, das ciências, que temos hoje nas escolas, inclusive fortalecer o respeito aos professores, as autoridades e as hierarquias. E não vou nem entrar nesta seara.

Quando pego comentários do tipo, “a pessoa mais rica da minha família, nunca estudou…”. Lhe digo: Exceção. Pois isso não acontece com todos. E essa pessoa se dedicou, se esforçou, batalhou para se ter mérito disto, então ela teve “boas notas” no que faz. Ou acha que é sorte?

“Meu marido, nunca foi bom aluno e hoje é um empresário”. Exceção, isso não acontece com todos. Ele deve ter mérito em alguma coisa. Não estou fazendo juízo de valor em nenhuma destas atividades, mas lembre-se que até Fernandinho Beira-mar é exemplo de liderança, ou acha que ele conseguiu as “conquistas” deles, somente com autoestima? Não, ele teve “boas notas” no que faz. Indiferente de ser bom ou mal, ele foi o melhor entre o seu grupo. Inclusive o Beira-mar hoje e formado em Teologia. Até ele, leva estudos a sério.

Diversos comentários, ou são ataques, ou são mais do mesmo. E a maioria não entendeu nada do que disse, infelizmente, mostrando claramente que as aulas de interpretação de texto, foram simplesmente ignoradas, ou “mataram” para outras prioridades, e não valorizadas. Não seremos bons em tudo, mas o tempo de escola deve ser focada na escola e no aprendizado oportuno deste momento.

Se você tem filhos em idade escolar, faço uma recomendação. Incentive seu filho a ser um bom aluno. Ter boas notas, ser responsável com as atividades escolares, disciplina, organização, dedicação, seja você também um exemplo para seus pequenos. Incentive a leitura em livros físicos, pois os digitais, e o excesso de tela, prejudica a visão das crianças e vem com diversos outros males associados. Incentive que eles aprendam lógica, cálculos, finanças, inglês, programação e entender os computadores.

Façam eles lerem textos diversos, incentive a ler poesia, ficção, romances, leia com eles. Tem coisas maravilhosas no mundo literário, que na pior das hipóteses vai ajudá-los a escrever bem, pois isso falta muito na internet de hoje me dia. Eles podem se apaixonar pela literatura. Durante grande parte de minha vida, só comprava livros usados, pelo baixo custo e ainda hoje, faço isso com frequência. Custo não é argumento para não incentivar seus filhos a ler.

Antes de mais críticas, sem conhecimento de causa, deixa claro que sempre foi aluno de escolas públicas, até entrar na minha primeira universidade.

As pessoas “bem de vida”, são privilegiadas. Conheço pessoas muito bem de vida, que nunca foram bons alunos, mas a maioria dos que conheço, se dedicaram a ser bons alunos e estes são um número MUITO SUPERIOR aos que não tiveram boas notas.

A mim é claro, que a possibilidade de ter um boa vida, é daqueles que desde pequenos, se esforçaram para ter boas notas, pois isso vai ser replicado na vida adulta e profissional. Fazendo mestrado internacional ou não. Particularmente gosto mais de conversar com pessoas com bagagem de conhecimento, rica em conteúdo, com experiencias de superação, de esforço, do que as que gostavam mais de matar aulas, porque hoje estas pessoas que não me enriquecem em nada.

E para finalizar, este texto, não tem intenção de ser agressivo, se ficou irritado esta não era o objetivo. So queria reforçar, de porque notas importam.